Desanimadora e para cumprir tabela. Este é o resumo feito pela União das Entidades de Presidente Prudente e Região (Uepp) sobre a nova reunião realizada com representantes da concessionária Rumo Logística em busca de solução para a reativação da ferrovia no Oeste Paulista. O encontro ocorreu nesta sexta-feira (28).
A cada seis meses, a companhia responsável pela concessão do trecho ferroviário regional discute o assunto com membros da sociedade civil organizada e representantes de municípios. Porém, sem avanços e apenas para "cumprir tabela", segundo o diretor da Uepp, Gabriel Coquemala.
"Mais uma vez a avaliação foi negativa, pois a concessionária não apresentou novidades quanto ao mapeamento da demanda. Além disso, informaram o local da reunião na véspera impedindo a mobilização para que empresários da região comparecessem", reclama.
Coquemala afirma que a Rumo não respeitou a demanda comprovada pela entidade de 1 milhão de toneladas/ano, o que culminaria na reativação do trecho que segue sucateado, com acúmulo de lixo, mato alto e servindo de ponto de encontro para usuários e vendedores de drogas.
"O que eles apresentaram foi uma demanda de 600 mil/toneladas vigente em 2017, segundo pesquisa deles. Ademais, os preços também permaneceram os mesmos para a região, sendo R$182 a tonelada, muito caro se comparado com trechos semelhantes do Rio Grande do Sul, cujo valor é de R$ 70,00/tonelada", explica.
O trecho de Presidente Prudente faz parte da Malha Sul, que parte de Presidente Epitácio, passa por Ourinhos, e termina em Rubião Júnior. Entretanto, apenas a viabilidade ativação da Malha Paulista está em discussão no Governo Estadual e no Tribunal de Contas da União. "Eles deixaram bem claro que para discutir, de fato o destino da Malha Sul primeiramente tem que ser deliberado a Paulista. O problema é que não tem um período determinado para isso acontecer", esclarece Rodrigo Romão, integrante da Uepp.
Para a prefeita de Epitácio, Cássia Zaffani Furlan, a situação é desanimadora. "Pelo fato de não haver previsão tanto do retorno ou a devolução do trecho regional. Eles alegaram que o prazo para avanço vai depender do estudo de viabilidade, e isso é muito preocupante", frisa.
Acompanhada por Bruno Madalena, responsável pelo setor de Relações Governamentais da concessionária, a representante comercial Rhanna Berton apresentou slides já vistos em reuniões anteriores. Na explanação, ela explicou que a Malha Sul ainda "não gera lucros satisfatórios na consolidação de carga".
Na busca de acordo, a companhia propôs atualização da demanda e, para isso, afirma que entrará em contato com empresários da região para tentar entrar num consenso. "Desafio esse que a Uepp já solicitou em 2018, o qual determinava que a concessionária enviasse relatórios de visitas com assinaturas de predispostos clientes com propostas apresentadas e suas respostas", fala Coquemala.
Na reunião, também esteve presente o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Prudente (Acipp), Ricardo Anderson Ribeiro.