Menos de dois anos do primeiro atentado, a figueira centenária localizada na Rua Bela, ao lado do Parque de Uso Múltiplo (PUM) de Presidente Prudente, agoniza diante da inércia das autoridades em salvá-la de seguidos envenenamentos, que continuam enfraquecendo a espécie 'protegida' por decreto municipal.
Em 20 meses, desde a denúncia feita pelo Portal, a copa - antes frondosa - apresenta diversas falhas. Vários galhos secos ganham destaque, sendo que alguns começam a cair após o ataque de cupins e outras doenças oportunistas, que se aproveitam da saúde enfraquecida da árvore devido aos diversos envenenamentos enfrentados.
No ano passado, o prefeito Nelson Bugalho (PSDB) - promotor de Justiça de Meio Ambiente licenciado - decretou o tombamento da árvore, além de mais dois exemplares da mesma espécie, que estão localizados na Rua Marechal Floriano Peixoto, ao lado do Viaduto Comendador Tannel Abud; e na Avenida 14 de Setembro, no Parque do Povo, próximo à rotatória da Avenida Coronel José Soares Marcondes.
No papel, ficaram declaradas como de Proteção ao Patrimônio Paisagístico "por seu valor natural e paisagístico". As espécies têm o nome científico de “Ficus elástica”, pertencente à família “Moraceae”, e nome popular Figueira ou Falsa Figueira.
O decreto aponta que uma placa metálica seria fixada junto a cada árvore atentando sobre o tombamento. "As árvores aqui citadas ficam imunes a corte, remoção, replantio, queima, poda abusiva ou drástica e todo e qualquer prática de injúria que possa acarretar sua morte ou prejudicar seu estado fitossanitário", diz o documento.
Como responsável, foi escalada a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semea), que deveria tomar os procedimentos e obrigações para a proteção das árvores protegidas, bem como as providências em caráter permanente especialmente à poda e cuidados de cultivo para sua conservação.
Mas...
Diferentemente o que está exposto no papel, o tempo passou e, na prática, nada foi feito no caso da figueira da Rua Bela. Nesse tempo, ela sofreu novos envenenamentos e, ainda, um incêndio.
Já a figueira da Vila Marcondes foi cercada e o seu entorno ganhou calçamento, enquanto que a árvore do Parque do Povo apenas um conjunto de luzes.
Sem ação
Apesar de dois boletins de ocorrência registrados e inquérito aberto, não houve ação tomada pela Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MPE-SP) visando cessar o envenenamento da figueira centenária.
Anuncia poda e cercamento
De acordo com a Prefeitura de Prudente, uma poda de galhos será realizada nesta terça-feira (8), além de revelar o cercamento da espécie ameaçada. "Como se trata de galhos muito elevados, o corte será realizado com auxílio de uma plataforma elevatória".
Por fim, a Prefeitura lamenta não ter localizado o autor do envenenamento da figueira. "É importante lembrar que, por duas vezes, a árvore apresentou sinais de envenenamento, os quais foram comunicados à Polícia por boletins de ocorrência. Infelizmente, até o momento não foi possível localizar os eventuais responsáveis", finaliza.