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Além de histórias e recordações, feiras livres geram renda para famílias em Presidente Prudente

Publicada em 25/08/19 às 12:19h - 417 visualizações

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Dia 25 de agosto de 1914 foi quando houve a legalização da primeira feira livre na capital paulista e, por isso, esta data é conhecida como o Dia do Feirante. Em Presidente Prudente, a mais expressiva delas deixa uma faixa da Avenida Manoel Goulart fechada todos os sábados à noite e domingos de manhã, quando a via é ocupada por barracas e carros de feirantes. De lá pra cá, são anos de história de uma das maiores mobilizações populares diárias do mundo.

Segundo dados da Prefeitura, são realizadas, atualmente, 30 feiras em diversos bairros da cidade, sendo 26 feiras livres e quatro feiras da lua, que possuem produtos vindos da agricultura familiar.

São cerca de 250 feirantes registrados na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Presidente Prudente (Sedepp), sendo que 130 barracas são de hortifrutigranjeiros, 60 de alimentação e outras 60 que vendem artesanatos, vestuários e utensílios.

Mais de mil pessoas estão empregadas direta ou indiretamente com as feiras da cidade e a Sedepp calcula que o volume das vendas pode chegar a R$ 3,5 mil por mês a cada feirante.

Ainda de acordo com a Sedepp, a feira livre realizada na Avenida Manoel Goulart, na área central da cidade, possui 700 metros de extensão, sendo a maior do interior paulista.

Vivência
Estima-se que a feira da Manoel Goulart tenha nascido na década de 1930, sem datas exatas.

Mas o que se sabe com clareza é que na feira existem histórias, pessoas e vivências, e estas, sim, podem contar um pouco do que já se passou em todos estes anos.

E Miguel Sotero Nozabieli, de 73 anos, é exemplo disso, exercendo a profissão de feirante desde 1974 em todas as feiras da cidade.

O feirante já comercializou batata, tomate, alho, e hoje foca sua oferta nas frutas. Ele vende com frequência laranja e abacaxi, mercadorias adquiridas diretamente com o produtor.

“Na feira, praticamente só tem eu que busco abacaxi fora, eu tenho um preço mais acessível com o produtor”, diz Nozabieli, que trabalha com quatro tipos e preços diferentes da fruta.

Mesmo aposentado, ele continua na feira.

“Eu trabalho para, primeiramente, completar a renda e, além disso, para não ficar parado, eu não consigo ficar em casa. Enquanto aguentar trabalhar, é bom continuar”, relata.

“A feira foi o meio de sobrevivência que eu consegui na cidade. Eu sou meu patrão, e tenho meu faturamento que deu pra sustentar a família e formar meus filhos”, cita Nozabieli.

Fim de feira (ou quase)
Com a chegada das grandes redes de supermercados, a feira tem se tornado algo cada vez mais distante da vida do cidadão.

“As feiras que são feitas na parte da manhã têm ficado cada vez menores, enquanto as feiras da noite estão cada vez mais lotadas, e isso é por causa das comidas que se pode consumir lá. Tem gente que vai pra comer um pastel, um espetinho, ou tomar uma garapa. Nas feiras da manhã, já não tem esse movimento”, observa o feirante.

No fim dos anos 1970, Nozabieli participou de uma grande mobilização de feirantes para que a feira da Manoel Goulart ficasse no mesmo lugar e, para isso, foi formada a Associação de Feirantes de Presidente Prudente para poder ser feita a negociação com o governo municipal.

“Foi um episódio que desgastou muito, tivemos várias reuniões para segurar a feira e conseguimos. A união de todos os feirantes e até comerciantes e consumidores foi muito importante”, lembra.
Após os acordos e direitos conquistados, já na década de 1980, os feirantes decidiram não dar continuidade aos trabalhos da associação.

União
O feirante paga um valor de R$ 74,70 anualmente à Sedepp para poder trabalhar nas feiras prudentinas com alvará. Para Nozabieli, é com a união que eles conseguiram reivindicar direitos.

“A feira era feita com luz de lampião a gás e era um transtorno. Dava um vento forte e apagava o lampião, e com a energia é muito mais simples”, lembra.
Todo mês a conta de luz chega na casa de um feirante e é dividida da seguinte forma: um poste gera energia para um número certo de barracas, uma pessoa fica responsável por receber a conta e divide o preço entre aqueles que fazem uso do poste.

Carros
A composição da feira é formada por barracas, um corredor central e, nos bastidores, os veículos dos feirantes, e é perceptível a presença dos carros em meio à feira.

Hoje Nozabieli usa uma caminhonete, mas ao longo de todos estes anos já teve perua, caminhão e diversos outros veículos.

Seu primeiro carro de trabalho foi um jipe.

“A gente colocava tanta mercadoria que o jipe até ficava pesado atrás, com a parte da frente levantada”, lembra.

Uma coisa que se pode constatar na feira é que o carro mais comum de se ver são as peruas. Elas são versáteis e muitos feirantes fazem o uso delas, desde para montar uma pastelaria, até para vender hortifrutigranjeiros.

Consumidor
Para Nozabieli, o consumidor é o bem mais precioso que o feirante possui, é com ele que se ganha o sustento e, por isso, deve ser bem tratado. “Se quiser ter sucesso, vise ao consumidor, e não a si próprio”, ensina.



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