Instabilidade e insegurança. As duas palavras resumem o sentimento dos trabalhadores, principalmente os lotados na Secretaria Municipal de Educação (Seduc). É o que diz a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Presidente Prudente e Região (Sintrapp), Luciana Telles, que promete denunciar à Promotoria de Justiça o atraso da obra do novo prédio da Escola Firmino de Almeida, no Parque Alexandrina.

A sindicalista também aponta possíveis transtornos às famílias de alunos remanejados com o fechamento de três unidades escolares, nesta semana. Para ela, o "clima está tenso" devido as mudanças na rede municipal de ensino e as medidas de cortes de benefícios de servidores no plano de contensão de despesas para equilibrar as contas do município.

"Para nós, tem causado uma insatisfação muito grande esta questão do fechamento das escolas. A ideia de terceirizar, desde o ano passado, no caso do Carlos Ceriani [escola no Jardim Humberto Salvador], já gerou um clima de instabilidade e insegurança para todos os funcionários da educação. Foi dito que não terceirizaria lá, mas qualquer outra", diz Luciana Telles, em entrevista ao Portal.

Segundo ela, as mudanças deixam funcionários sem direção e inseguros. "Tivemos uma passagem de ano de muita angústia por parte dos trabalhadores por não saber se permanecerá na mesma escola, o que será feito. Essa questão de terceirização precariza o trabalho e a situação do servidor. A categoria já vem carregada com a retirada de direitos. Os terceirizados não têm as mesmas condições e salários de efetivos", pontua. 

"O clima está tenso, o que provoca adoecimento. As pessoas não conseguirão iniciar o ano letivo de forma tranquila e organizada. Vivenciamos uma situação que a Secretaria Municipal de Educação ora fala uma coisa, ora fala outra. A gente não consegue imaginar o que realmente vai acontecer. A cada dia é uma surpresa, uma situação nova. Não estamos tranquilos e satisfeitos com isso", avisa a presidente do Sintrapp. 

Vai denunciar

Luciana Telles adianta que o Sintrapp apresentará denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE-SP) em relação ao atraso nas obras do novo prédio da escola Firmino de Almeida, no Parque Alexandrina.

"Tivemos reunião com os funcionários da Escola Firmino, fomos até a nova escola que, aliás, falta pouca coisa. Não é tanta coisa. Se houvesse empenho da Prefeitura, essa obra estaria entregue. São dois anos de atraso. Vale a pena uma investigação por parte da Promotoria. E vamos fazer a denúncia porque é muita demora na entrega. É dinheiro público", frisa.

Transtornos

Ainda conforme a sindicalista, o remanejamento de alunos para outras escolas devido o fechamento de três unidades causará transtornos. "O remanejamento dessas crianças vai causar transtornos na vida dessas famílias. São crianças pequenas transportadas para longe de suas casas sem garantia de tempo integral e de vaga. Estamos muito preocupados. Estamos atentos e vamos fazer todas as denúncias que couber", fala.

"Realizamos já uma conversa com a Seduc para que não haja nenhuma terceirização de escola mais, pois já presenciamos três situações mal sucedidas neste sentido. Passou para o Instituto SIM e não deu certo, depois para o Ciop e também não deu certo", lembra. 

Questionou

"A educação infantil é de responsabilidade do município, com funcionários públicos, efetivos e concursados. Se houver problemas com a filantrópica, como será para a Prefeitura retomar 10 unidades? Eles têm noção de qual é o nosso posicionamento", finaliza.