O diretor da Câmara Municipal de Taciba, Odair Aparecido Ferreira, foi liberado da prisão na madrugada desta quarta-feira (26). Ele estava preso temporariamente pelo prazo de cinco dias após a deflagração de uma operação conjunta da Polícia Civil, do Ministério Público Estadual (MPE) e do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que apura suposto desvio de verbas públicas do Poder Legislativo.
A Polícia Civil informou ao G1 na tarde desta quarta-feira (26) que Ferreira prestou depoimento e foi liberado. Agora, a polícia analisa a versão apresentada pelo diretor da Câmara.
A investigação segue sob sigilo, completou a Polícia Civil.
Defesa
O advogado Rafael Zachi Uzelotto, que atua na defesa de Odair Aparecido Ferreira, informou ao G1 que o dinheiro localizado com seu cliente é de origem lícita, referente a venda de uma propriedade rural. Segundo Uzelotto, a documentação referente a isso já foi entregue para as autoridades.
Operação Formigueiro
A Operação Formigueiro, que culminou na prisão do diretor da Câmara na última sexta-feira (21), teve início em novembro do ano passado, quando a Polícia Civil instaurou um inquérito por recusa de dados, já que Ferreira não estava fornecendo informações ao TCE-SP. Diante da negativa, houve a suspeita de alguma eventual irregularidade.
“Eles [a Câmara] não atendiam o Tribunal de Contas, não forneciam documentos, o que gerou uma suspeita de que algum crime estaria sendo cometido”, disse o delegado assistente seccional de Presidente Prudente, Claudinei Alves.
No dia 13 deste mês, Ferreira foi detido com R$ 60 mil em dinheiro dentro de seu veículo, no momento em que saía de uma agência bancária de Taciba. Segundo a polícia, o diretor alegou que havia sacado R$ 80 mil, sendo que R$ 20 mil não estavam mais com ele.
De acordo com o Ministério Público, Ferreira afirmou que o dinheiro era proveniente da venda de uma propriedade rural. Ele foi preso em sua casa, onde foram apreendidos mais R$ 6 mil em dinheiro e alguns documentos do Legislativo.
As autoridades informaram que uma das suspeitas é de que o diretor sacava dinheiro no caixa de bancos através de depósitos de cheques da Câmara.
Ele alegou, em depoimento, que usaria o dinheiro para pagar contas do Legislativo tacibense, mas, segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, algumas pendências não eram quitadas, apesar de os cheques terem sido descontados.
O diretor da Câmara vai responder, entre outros crimes, por peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
No mês passado, a operação já havia cumprido um mandado judicial de busca e apreensão na Câmara Municipal de Taciba através do qual recolheu computadores e documentos para auxiliar nas investigações.